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PEDRA POR PEDRA
Vivemos numa época em que a identidade é deturpada por mensagens exteriores. Parte daquilo que sentimos e pensamos é fabrica- do por algo ou alguém. Este processo não é consciente e por isso temos uma certa sensação de perda de nós mesmos. No meio de tanta informação há pouco espaço para refletir sobre o que verdadeiramente se passa dentro de nós.
Este projeto exprime a tentativa de reencontro com a nossa essência e a busca pelo sentido da vida. E aqui coloca-se a seguinte questão: o sentido da vida está necessariamente ligado à identidade? Se sim, cada indivíduo terá um caminho único, o que levará à perda do coletivo.
Pedra por pedra é como vamos vivendo. Cada pedra pode ser uma questão ou uma resposta. Quem somos? Onde estamos? Para onde vamos? São perguntas difíceis de responder num mundo cada vez mais complexo. Quanto mais nos questionamos mais respostas obtemos, no entanto há elementos que estão para além da nossa compreensão.
A identidade assemelha-se ao Universo. Des- conhecemos a sua essência, pelo menos de uma forma inteligível. Apenas o sentimos de uma forma espiritual, como um salto de fé. Um salto no escuro para o que está dentro de nós e no Universo, na esperança de encontrar algo mais profundo do que um mero corpo à deriva.
Esta busca torna-se infinita e nunca nos leva a nenhuma conclusão. Dividimos a realidade em corpo, mente e mundo, talvez os três sejam um, ou nenhum. A vida é a síntese de todas as nossas inconclusões. Se a deixarmos em aberto não há espaço para generalizações, intolerância ou preconceito em relação ao que nos rodeia.
Vista da exposição no festival ZigurFest
Castelo de Lamego
Apoio: Residências ZONA